Previsão do sentimento
Quando só, rabisco
Prática à toa
Chuvisco
Garoa
Quando pó, solidão
Sinto saudade
Trovão
Tempestade
Quando nós, luva
Alma leve
Chuva
Neve
Guarda-chuva
O vento inverteu
meu guarda-chuva
Caí em queda livre
Aproveitei a
situação e guardei
A chuva
Por um tempo
controlei o tempo
Não me molhei
Poderoso, levava a
água
Pesada em minhas
mãos
Eis que num
tropeço
Meu guarda comigo
caiu
Me lavou
Fugiu
O mesmo vento
inventou uma nova direção
Por isso, ali
mesmo fiquei
Caído
Vendo voar sozinho
meu guarda-chuva invertido
Mato desbotado
Mato seco desbota
a calma do sertão
Descolore a
sujeira dos calos da minha mão
Gota em gota
transborda a lágrima do pão
Certezas e feridas
de um luar em vão
E eu ando por aí
visitando condição
No meu peito a
urgir o clamor de um coração
Que ecoa e soa
suor de um dito cão
Reflexo encardido,
queimadas de verão
Um novo ciclo de amizade
Um ladrão invade
uma casa
Depara-se com um
outro invasor
O dono liga para a
policia
A policia leva um
investigador
A policia pede propina
O investigador
pede mais
Um ladrão faz o
outro ladrão de refém
O policial ameaça
o investigador
Quando já muito se
disputava
Chegou um terceiro
ladrão
Todos caíram em
intensa gargalhada...
O dono da casa
ofereceu um café
Naquele dia surgiu
um novo ciclo de amizade.
Basta
Atesta-te o tanto
que te testam
O vento fortifica
o furacão
O cão fere
fortemente tua casa
Preza-te que o
tanto que te pedem
Pode ser que você
não mais peça
Miseráveis mísseis
em missão descontrolada
Plantão de alma
amada
Sem calma
Sem estrada
Um cacto, um caco
Quieto no canto
Cantos e encantos
nos cantos
No sussurro da
falência
Permanece a
carência
Sobressai a
consciência
Que traz os pós
Dos sais
De tais
No mais
Basta.